Depois de ter identidade revelada, Gustavo Lira (31),
o Mascarado do Raul Gil, deparou-se com comentários sobre o seu
passado. Alguns deles um tanto delicados, pois envolvem ensaios nu para
revistas gays e filmes de conteúdo adulto.
Pela
primeira vez - depois que a Folha de São Paulo publicou uma nota sobre
os filmes - Gustavo fala sobre as produções e garante não se
arrepender.
A entrevista foi feita no parque Ibirapuera e foi destaque da home do Virgula e Uol. Veja a conversa abaixo:
Antes do Programa Raul Gil, você já posou nu e fez filmes eróticos. Para você, existe algum problema com isso?
Gustavo Lira - Não
vejo problema e também nunca tive que esconder nada sobre minha vida.
Não foi algo que menti para ninguém, só não falo em todos os lugares que
vou. Mas, já que querem falar sobre o assunto, digo que não me
arrependo desses trabalhos voltados ao erotismo. Tudo foi uma
experiência. Calculei, pensei e fiz. Foi por dinheiro, claro. Admito que fico um pouco constrangido com algumas cenas, não precisava me expor tanto, não precisava me entregar tanto, mas não me arrependo. Foi uma experiência que tive e ela foi válida.
Como surgiram os convites?
Como surgiram os convites?
Ah, não foi logo de cara. Comecei trabalhando como modelo, fiz figuração em novela da Globo,
mas nada de boom, de mídia e tal. Quando comecei a fazer merchandising
[ele foi conhecido como Garoto Total-Shape, aparelho eletrônico que
promete enrijecer os músculos], estive em quatro emissoras diferentes.
Por conta do abdômen definido, do assédio, elogios, fui convidado para
fazer a G Magazine. E garanto: só descobri que tinha sexy appeal por conta das propagandas.
Aceitou logo de cara posar nu?
Aceitou logo de cara posar nu?
Vivemos em um país moralista e de certa forma hipócrita, já que ele consome muita pornografia. Não pensou que o filme pudesse atrapalhar sua carreira?
Antigamente,
eu pensava: “Pagando bem, que mal tem? Já estou no barco, vamos
remar...” Mas essa negociação não foi rápida, demorei para aceitar,
pensei bastante. O que foi determinante é que eles valorizaram o cachê.
Fiz pelo dinheiro, somente pelo dinheiro. Cheguei a fazer 4, 5 filmes
héteros, com mulheres bastantes conhecidas do meio pornô. E conheci
muita gente bacana, foi um sucesso. E, logo na sequência, eu recebi
proposta para fazer filme gay.
Você, que afirma ser hétero, se assustou com a proposta? Não pensou que diriam que você é gay também?
Você, que afirma ser hétero, se assustou com a proposta? Não pensou que diriam que você é gay também?
Claro, pensei que já estavam confundindo as coisas. Afinal, eu não tenho nada contra, mas não sou (gay).
Muita gente fica falando, mas o que as pessoas têm que entender é que a
orientação sexual é minha, eu escolho o que quero fazer ou não. Então,
as pessoas deveriam se incomodar mais com o que elas fazem entre quatro
paredes, com as atitudes que elas tomam, não com as minhas. Na época da
proposta, eu já dançava como gogo boy e fazia o stripper pauzão [quando o
homem tira a roupa, sai de cena e volta com o pênis ereto]. Era
sucesso: o Gustavo Lira arrasa! E eles vieram com uma proposta muito
boa...
Mas quanto ganha um ator pornô?
Não é
coisa de 10, 20 mil, é bem abaixo. Eu aceitei porque, comparando o cachê
a esse mercado, a proposta que me ofereceram foi muito boa. Eu deixei
claro para eles que, primeiro, eu não sou gay. Segundo, não sei se iria
conseguir fazer. Mas eles falaram: “É bacana porque todo mundo sabe que
você é hétero, sabe que está sendo profissional e está fazendo por
dinheiro”. E é verdade, tudo o que fiz foi pelo dinheiro, não foi porque
tenho desejo por homem. Tanto que tive que tomar um remedinho para conseguir fazer a cena, senão não ia rolar. Mas quanto ganha um ator pornô?
Foi difícil gravar a cena?
Foi difícil demais.
Mas o dinheiro mexe com a gente. É dinheiro, vou tentar, vai que eu
consigo. Fui por etapas... Primeiro, fiz um solo [em que o ator aparece
sozinho em cena], depois escolhi um garoto entre 30. Conversamos e tal, e
fizemos uma cena de sexo oral. Não foi muito tranquilo, mas me
concentrei no dinheiro e saiu. Depois, tive que tomar Viagra para
acelerar, terminar a cena logo e ir embora rápido. Fiz uns três filmes
voltados ao conteúdo gay para fora do Brasil, mas a internet é aquela
coisa, as pessoas compartilham, todo mundo sabe...
Muita gente veio avisar, tentar “queimar” a sua imagem por conta dessas produções. Isso te incomoda?
Muita gente veio avisar, tentar “queimar” a sua imagem por conta dessas produções. Isso te incomoda?
Você parou com os filmes há bastante tempo. Qual foi a razão?
Me tornei pai há três anos. E, desde então, dei um tempo em tudo isso. Meu filho nasceu e fez acontecer a mudança, me trouxe a resposta.
Sou uma pessoa mais centrada, estou ainda mais responsável. Se não
fosse meu filho, talvez eu estivesse em outro mundo, voltado a
pornografia. Quando ele nasceu, eu parei e me questionei: “Será que é
isso que eu quero de verdade para minha vida? Vamos pensar e mudar
tudo”. Deixei de lado, pois estou em outro estágio. Estou trabalhando
mais o lado artístico, tanto que o ensaio que fizemos ficou bem bonito,
nada apelativo. Acho que tudo é fase. E digo que meu filho abriu
caminhos, meios, mente, corpo e alma.
** Reportagem tirada de um site que copiou de outro site e não deu os devidos créditos**
Nenhum comentário:
Postar um comentário